Foto e biografia:
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JANUÁRIO ESTEVES
( Portugal )
Januário Esteves nasceu em Coruche (1960) e foi criado perto da Costa da Caparica, Portugal. Ele se formou em instalações eletromecânicas, usa o pseudônimo de Januanto e escreve poesia desde os 16 anos.
Em 1987, publicou poemas no Jornal de Letras e participou ao longo dos anos em algumas publicações coletivas. Recentemente publicou na revista brasileira Musa Rara na revista americana EIGHTEENSEVENTY.POETRY.BLOG., na Revista Brasileira LiteraLivre, na revista romena Poesis , na revista australiana Otoliths, na revista americana BlazeVox, na revista americana Harbinger Asylum, na revista americana Ducor Review, na revista indiana Taj Mahal…
LETRAS DEL DESAMOR. Selección de Poesia de Autores Contemporáneos. Montevideo: Bianchi editores; Brasilia: Edições Pilar, s. d. 272 p. ISBN 99574-663-82-2
Ex. bibl. Antonio Miranda
Não querendo é a força desconhecida
que a vontade alcança resoluta
incandescente abre entre nós a ferida
o verbo diz à carne quanto é puta
Ressoa no sentir um fantasma passado
feito de preces anunciadas
por si regurgitar o verbo mal passado
dá às noites as crenças alumiadas
Ignorar o circunstancial pela fé da razão
certame feito sedas do sacerdócio
altares encrespados da pungente tesão
residem substantivos do ócio.
***
Inunda o Sol o corpo em sombra
letárgica permanece a vontade
já sem fio de horizonte, arde
o mar de idéia na onda tomba
despojar sentidos com sofreguidão
inconsciente quase nada de tudo
pousio às guerras de escravidão
promulgar exorbitâncias de veludo.
***
Sagrações atropeladas
em júbilo no asfalto
na plataforma do descanso
as emoções são retiradas
ao que berra mais alto
presidiário do vil amano.
***
Pus os olhos na vida e chorei
aos ventos a minha miséria
o que fui, o que sou, o que serei
não é coisa muito séria
Quedo mudo e triste
atravesso os níveis sociais
ao que me toca, avanço em riste
deploro sentimentos triviais
Tarde chego aos finalmente
ardem-me os olhos de tédio
preguiça muita abissalmente
me toma de assédio
Íntimas por fim vasculho
dolorosas e revistas renúncias
em luz firo o meu orgulho
na boca o amargo das pronúncias
Do entendimento sem razão
é como torcido me avenho
dar nome ao coração
imolar a raiz do lenho.
Tango
Com o corpo sonhado em ti
o coração sangra perto
porque não há nada sem ti
e a vida é só um aperto
Para mim dás todo o teu assombro
nos feitos do meu sonho
e fico de rastos, um escombro
pelas vezes em que ti ponho
O fálico objecto do teu desejo
insignificante espermatozóide
que se encolhe
sedento de uma atenção em arquejo
do que em ti farta se escolhe!
*
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Página publicada em setembro de 2022
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